Isolamento das nossas aldeias
Percorri varias vezes a Serra do Açor por aldeias pertencentes a 3 concelhos no minimo
Oliveira do Hospital, Arganil e Pampilhosa da Serra
Ainda me lembro há muitos anos, sentir e ver nestas aldeias uma enorme azáfama nas suas gentes pelos caminhos da serra de enxada ao ombro, e as suas 4 cabritas á frente em direção ás suas pequenas propriedades, que eram o seu orgulho tendo as sempre tratadas com esmero.
Aqui e ali, ia observando as mulheres que cortavam erva que enfiavam depois em sacos,
para levarem para o curral dos animais para a sua alimentação suplementar dos mesmos
.Outra transportava lenha à cabeça por entre aquelas veredas na serra em direção a casa e era com esta lenha que se iria acender o lume onde o jantar iria ser confecionado dentro daquelas enormes panelas de ferro de onde a comida saía com o seu sabor genuíno
Era tempo saudável, embora a vida fosse muito árdua, as pessoas conviviam entre si com muita alegria.
Toda a gente se conhecia e não se passava ao lado de ninguém que não fosse saudado, Olá ti Manel, Que Deus a guarde ti Maria, Boa tarde, Vá com Deus etc etc
Hoje raramente as pessoas se saudam a não ser mesmo os mais antigos
Encontra se uma pessoa aqui e ali. e quando metemos conversa com ela, vamos querendo saber como é o modo de vida na aldeia, se há muita gente, etc
O Burrito ainda hoje existe, mas nessa altura era o braço direito destas gentes, servindo para lavrar a terra e transportar de tudo para as pequenas fazendas e ao voltar á noite para casa vinham com os seus carros carregados de erva, lenha, mato etcetc
Olá ti Joaquim como é que corre a vida por estas bandas?
Olhe meu caro amigo partiu tudo, para a estranja, França, Alemanha, Suiça e até para muitas cidades portuguesas especialmente para Lisboa.
Qualquer dia já não vive aqui ninguém.
Os velhotes vão morrendo e os novos não querem viver por estes sitios, mas ainda vai passando por aí muita gente ao menos para poder respirar o ar puro da nossa serra
(algumas fotos de pesquisa google)
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