A Forja e o Ferreiro



Em Bogas de Baixo funcionou em tempos e durante longos anos uma forja
E como todos compreenderão, para haver forja havia tambem o ferreiro
O Ti José Agostinho (Zé ferreiro) está graças a Deus entre nós para reviver as recordações da vida de ferreiro
O espaço ainda existe e pelo que sei até ha bem pouco tempo ele ainda se dedicava a fazer umas coisas para os amigos
Desta forja sairam os mais variados utensílios para o trabalho no campo e não só.

Roçadoiras. enxadas, ancinhos, sacholas , sachos , picaretas, pás etc etc que eram encomendadas e compradas por gentes da nossa terra e terras vizinhas tanto do concelho do Fundão como da Pampilhosa ou ainda de Oleiros
Acaba de repicar com o martelo apressadas pancadas de sino no chifre da bigorna, chamando o ajudande à calda pronta a sair da forja.

São dois pedaços de ferro a unir cuja temperatura, ao rubro branco, ele segue atento com a vista, atrazando um, dando-lhe areia, enquanto o outro é chegado mais ao coração da forja, que o fole agita com ligeireza.

Quando ele vê que a temperatura dos dois troços é igual, vão com eles para a bigorna pingando fogo e espalhando chispas em larga área e a vigorosas pancadas do martelo e malho se faz a união...
A seguir serão mergulhadas num recipiente de agua para lhe dar a têmpera nescessaria para o seu posterior uso
Digo, não pode haver quadro de mais palpitante interesse do que este, e no entanto tudo isto desapareceu, absorvido pelo serralheiro, que passou a trabalhar com tipos de aquecimento do ferro mais sofisticados, com soldadura a autogenio e eletrogénio, e em vez de canelos, ferraduras e os diversos utensilios para a lavoura, fazem se portões , gradeamentos e outras obras de arte para apetrechar e embelezar as lindas moradias que existem hoje em Bogas de Baixo e não só.
Deixámos de ver os animais puxando os arados ou os carros com que se transportavam diversas coisas para dar lugar a tractores de todos os tamanhos e motocultivadoras para onde os tratores não teem acesso

Com esta postagem quis relembrar uma arte que se praticou em Bogas por um homem que sabia e sabe concerfteza desta arte e ensinou muita gente a seguir este oficio.

O ti Zé ferreiro merece esta pequena homenagem
(fotos recolhidas da net)

Comentários

Lourdes disse…
Sou descendente de ferreiros e tenho pena de o local onde os meus antepassados exerciam a sua arte estar em ruínas, pois acho que valia a pena conservar estes locais que fazem parte da história das nossas aldeias.
Um abraço
Anónimo disse…
Tambem no meu Goulinho tivemos um ferreiro chamado Manuel Lourenço eu era um miudo mas lembro-me muito bem do senhor no Vale de Maceira tinhamos dois que eram irmãos o tio João e o António um filho do Antonio chamado Mario já depois de regresado a aldeia depois de já estar reformado para amigos ainda fazia umas coisas mas inflismente foi por pouco tempo Deus já o tem no seu reino e é assim que tudo acaba até a foja murreu!...
VOZ DO GOULINHO
Paulo Alves disse…
Boa reportagem.
Eu faço parte de um grupo de pessoas, que adoram a Arte de trabalhar o ferro, e é com pena que não encontramos, quem nos possa ensinar esta arte.
Parabéns.

Paulo Alves
http://www.ferroforjado.org

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