Memórias


Pequenos nichos á beira dos caminhos

Vulgarmente chamados "alminhas"

As “alminhas”, pequenos e singelos nichos incrustados numa simples parede ou mesmo construidos em pedra e cimento, anteriormente em pedra e barro,à beira dos caminhos ou nas suas encruzilhadas, eram símbolos tradicionais da piedade religiosa das gentes da nossa terra e muitas vezes mandados construir para pagar qualquer dadida d e Deus a algum familiar, ou ainda para assinalar qualquer evento que tenha acontecido no local. No interior dessas pequenas construções, enquadrado por pinturas caseiras já gastas pelo tempo, que figuravam o sofrimento das almas que penam no purgatório, uma inscrição convidava a uma pequena reza por sua intenção, pois não tendo ganho o céu em vida, o destino condenou as às penas do purgatório, de onde se libertarão, um dia, através das orações dos fiéis que ainda permanecemos cá em baixo

As “alminhas” eram humildes memórias de piedade e de grande valor cultural e etnográfico, o seu abandono conduziu ao desaparecimento dum sinal da fé dos nossos antepassados, ninguém ficava indiferente, ao passar por elas, sem que respeitosamente se descobrisse, parasse um momento e rezasse uma breve oração pelas almas do purgatório.
na nossa terra há até um local a que chamava mos ás alminhas que foi onde eu nasci segundo me contam
Outras havia a caminho do Maxial ,a caminho do Urgeiro em muitos locais em redor da nossa aldeia







Dia de todos os santos




Aproxima se o dia 1 de Novembro dia de Santos, na minha
aldeia o respeito que sentiamos pelas
pessoas que morriam era e continua a ser carateristico
tanto das gentes da minha aldeia bem
como de outras aldeias vizinhas
O sino tocava compassadamente fazendo nos sentir a tristeza
com os sinais que alguem deixava o mundo dos vivos.
Hoje depositam se os corpos numa capela onde as pessoas
ficam até por volta da meia noite em camara ardente seguindo
depois cada um para suas casas
Antigamente na nossa terra o defundo ficava dentro da urna na sala
principal da habitação, onde eram permanetemente dia
e noite acompanhados por familiares vizinhos e amigos e ás vezes
eram esses defuntos que depois de partirem, conseguiam que muitos
esquecessem zangas antigas, para viverem fraternalmente os ultimos momentos do
seu ente querido, vizinho e amigo antes de descer á terra.
Ofereciam lamparinas de azeite que depositavam numa mesa da sala, acesas,
como simbolo de homenagem ao falecido e um profundo respeito pela morte
Os funerais e as missas de corpo presente eram sempre muito participados
Os acompanhamentos com varias paragens durante o percurso para que se
ouvissem os responsos e se rezasse pelas alma do defunto e de todos em geral.
Lembro me do meu avô Antonio Agostinho se prestar muitissimas vezes a ser ele
quem rezava os responsos. Estas cerimónias contavam sempre com imensa gente vinda
expressamente das freguesias e aldeias vizinhas quase sempre a pé, de burro ou cavalo
Os santos oficios da igreja eram na altura todos ditos e cantados em latim .
No dia seguinte ao dia de todos os santos ou seja dia 2 de novembro,
após assistir á missa toda a gente se dirigia ao cemiterio onde todos
rezavam em conjunto para depois cada um se dirigir ás campas de
cada um dos familiares onde rezavam particularmente e depositavam
flores
A tradição da visita cemitério continua quase igual
Por isso dia 1 e 2 de novembro vamos deslocar nos ao cemitério e rezar
pelos nossos familiares e amigos ja desaparecidos
e encham os cemitérios de flores


O Dia dos fiéis defuntos, Dia dos mortos ou Dia de finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro, logo a seguir ao dia de Todos-os-Santos.

Desde o século II, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos.




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Comentários

Anónimo disse…
Luis meu grande amigo eu já sabia que podia contar comsigo obrigado pela ajuda na divulgação da festa da castanha no mais belo santuario das beiras obrigado Luis um grade abraço .

Antonio Assunção ( VOZ DO GOULINHO )
Anónimo disse…
Na minha opinião deixar de velar os mortos em casa foi uma evolução. Felizmente que isso aconteceu.
Mas ainda bem que há gente como o Luís, disponível para contar pormenores de outros tempos, com que as novas gerações não tiveram contacto.
Continuação de bom trabalho,
Gardunha

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