Recordar é viver

Semanalmente vou tentar escrever algo das minhas recordações
daquilo por onde passei e outras por onde passaram os meus antepassados.
Estas recordações feitas de lendas e testemunhos transmitidas de geração em geração,
normalmente ficam escritas.


Como não tenho nada escrito vou basear me apenas na memória,
pelo que algumas passagens podem desviar se em algo da veracidade dos factos,
no entanto, tudo se terá passado mais ou menos dessa forma.
A tradição faz parte de nós e é a alma do nosso povo dando lhe identidade propria,
fazendo parte importante da nossa auto estima e da nossa comunidade.
Bogas de Baixo não seria o que é hoje se não tivesse no seu passado uma vivencia de profundas convicções das gentes que nos antecederam e irão continuar a prosperar com a garantia da juventude que nos sucede.
Porque a maior parte dessa juventude tem aspirações,algumas não passarão directamene pela nossa terra, mas estará sempre presente nas suas opções.


Para os mais jovens na esperança de não dar nenhum incentivo á continuação desta que hoje vos conto,
deixo aqui semanalmente, algumas das tradições da nossa terra que com o passar dos anos foram ficando esquecidas
Os mais velhos ainda se lembrarão que á semelhança do que se fazia noutras aldeias vizinhas da beira baixa e beira litoral,a malta jovem tinha por habito
erguer um mastro no largo principal da povoação,sempre no largo do chafariz frente á taverna do ti Zé Antonio na noite de São João.
A rapaziada partia em busca dum pinheiro ali pelos arredores de Bogas
e ao encontrarem um bem direitinho e de maior altura vinha abaixo rapidamente .
ali no local limpavam o dito das suas pernadas e ramagem transportavam-no em ombros, no meio de grande alarido, para o local onde o iriam erguer.
Revestido de palha em todo o seu comprimento e colocado no topo um cântaro de barro, preso por um nagalho,dentro do qual se havia introduzido um gato, normalmente apanhado distraído,depois da rapaziada ter percorrido a povoação à procura do bichano
Ás vezes quando se tentava apanhar este ou aquele gato trazia algumas dificuldades
mas acabava normalmente por ser bem sucedida, embora houvesse frequentes discussões
com os donos dos bichanos que eram apanhados.
Terminadas todas estas tarefas, o mastro era então erguido ao alto e a sua base enterrada num buraco que entretanto havia sido preparado para tal finalidade.
Deitava-se então fogo à palha que o revestia, o lume facilmente alastrava e não tardava a subir mastro acima, acabando por queimar o nagalho que prendia o cântaro,
lá no alto, e perante a gritaria da rapaziada e regozijo, essa vasilha de barro caía estrondosamente no solo, partia-se em cacos, e o pobre gato, chamuscado
e aterrorizado, corria velozmente à procura dum ambiente onde a temperatura fosse mais agradável.
Ainda bem que essa tradição acabou para bem de todos e principalmente dos gatos.

E já temos hoje uma Organização para defender o direito dos animais pelo que os pobres gatos estarão um pouco mais protegidos do que nessa data
SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS
da Teresa
Olá Luis, tudo em Paz? As suas conversas com o José me lembram muito as conversas dos meus pais, referindo-se às pessoas da aldeia, da praça do chafariz, das danças nas festas, tudo muito familiar, parece que retorno á infância, época em que tudo isso era muito vivo na memória deles. Muito bacana!
Um abraço e muita Paz.
Maria Teresa

Comentários

jorge gama disse…
Lembro-me da "festa"que era por o desgraçado do gato dentro do pote quase ficando assado.Era cruel, mas naquela altura as sensibilidades eram outras.Estas e outras festas/tradições fazem parte da saudade das nossa Bogas de Baixo...
Anónimo disse…
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